segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

MEU CAVALO DE PAU

Sou filho do sertão,
Busco em outras terras
a paz e a felicidade,
Sou filho do sertaõ
terra castigada pela seca brutal,
cruel e dolorosa.

Em 1977 eu ainda era criança,
corria pelos campos,
brincava com cavalo de pau,
de repente veio a seca
e castigou o meu sertão querido,
destruindo as planções,
judiando os animais.

Naquela ocasião a seca era medonha,
não tinha água nem pra gente beber,
o gado berrava de tanta sede
e eu não sabia o que fazer,
me levantava sedinho
e seguia o mesmo caminho,
era longa a caminhada
em busca de um pouco de água
pra conzinhar e beber.
Em meio ao estradão
eu encontrava as multidões,
parecia procissão,
mas o povo do sertão
lutando para sobreviver
em busca de uma gota de água.

A seca era a maior destruição
para quem mora no sertão
e a chuva certa em cada estação
é a razão do sertanejo viver.

Sou filho do sertão,
mas me ausentei de lá.
O motivo foi a seca
que fez eu mim separar
da minha terra querida
e daquela gente sofrida
que não se cansa de esperar.
A saudade é imensa
e um dia eu voltar,
quero matar a saudade
de todos que ficaram lá.
Meus parentes e meus amigos
podem esperar por mim,
que em breve eu retorno,
não seu qual a estação,
primavera ou verão,
só sei que meu coração
está me pedindo pra voltar
a minha terra querida
e tudo que eu deixei lá.

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